dezembro 30, 2006

Balanço 2006: O Portugal que morre

Escolas, maternidades, canais de televisão, cursos unversitários, a Festa da Música, fábricas, SCUTs... Uma parte do mundo tal como o conhecíamos desapareceu em 2006. Como se reflectem as mudanças na vida dos portugueses?

(...) E, 76 anos após a sua descoberta, Plutão desapareceu do mapa planetário. (...) Mas, no nosso país e no mundo, nem todos os finados são motivo de lágrimas fúnebres generalizadas. Ainda este mês se ouviu o estalar das rolhas das garrafas de champanhe pela morte do ditador Augusto Pinochet. Como dizia Camões, «do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem, se algum houve, as saudades». (...) «Aplaudo o final das festividades ligadas à ideia de uma cidade- -capital-da-cultura, as quais apenas serviam para se gastar dinheiros públicos sem efeitos a longo prazo; aplaudo a criação das aulas de substituição e, mais ainda, o prolongamento do horário, nas escolas básicas», afirma a socióloga Maria Filomena Mónica, lamentando, no entanto, as «alterações em curso do ensino da gramática» ou o «final da disciplina de Filosofia, no secundário». (...) Houve convulsão social, manifestações, marchas lentas, vigílias, concentrações – contestou-se o aumento da idade da reforma dos funcionários públicos, o encerramento de escolas e maternidades, o novo Estatuto da Carreira Docente, a passagem do teatro Rivoli para mãos privadas, o fim de três SCUTs. (...) os jovens licenciados ainda só pensam no mercado nacional. «Em vez de pegarem em si e se aventurarem por esse mundo fora, ficam em casa dos paizinhos, até terem cabelos brancos» (...) Mas todos descobrimos, ao longo dos últimos 365 dias, que muita coisa acabou mesmo. (...)

Alexandra Correia e Sónia Sapage / VISÃO nº 720 21 Dez. 2006

 
P. S.: Vale a pena ler todo o artigo na Visão Online


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